VEJA em SOLTANDO O VERBO

VEJA em SOLTANDO O VERBO
JORNALISTAS GLOBAIS NÃO ESCONDEM MAIS SUAS PREFERÊNCIAS

Fluminense Campeão Brasileiro 2010


Após perder o título da Libertadores em 2008 para LDU(Equador) e o quase rebaixamento para série B do Brasileiro, em 2009 o Fluminense mais uma vez perde uma final importante, a Sul-Americana, também para LDU.


Da esperança ao desalento

Como em todos os anos o Fluminense começou 2010 sob os auspícios da esperança. Razões não faltavam. Com um forte time montado na reta final de 2009 o Tricolor adotou a filosofia das contratações pontuais e investimento em jogadores que se destacaram na temporada anterior, expediente que surtira efeito no ano de 2007, quando conquistou a Copa do Brasil, com um time que mesclava prata da casa, jogadores que haviam se destacados em seus clubes em 2006 e alguns atletas mais experientes, como Roger, autor do gol do título, e Carlos Alberto.

O Campeonato Estadual não serviu para medir a força do Flu, sendo disputado numa das fórmulas mais grosseiras dos últimos tempos e repleta de times inexpressivos tecnicamente.

O grande momento de todo o primeiro trimestre foi a vitória de virada contra o Botafogo, que deixou a impressão de que o Fluminense embalaria na competição. Porém, o golaço marcado por Fred foi o último brilhareco do atacante na competição, na qual seria mais notado pela ausência nos jogos decisivos e pela ridícula atuação na semi-final da Taça Guanabara, contra o Vasco, algumas semanas antes. Os gols perdidos por Fred foram o principal motivo da desclassificação tricolor.

Para agravar a situação, aquela partida contra o Botafogo foi a última atuação de Maicon pelo clube. Digão não se recuperava da contusão que o tirara dos últimos jogos de 2009, Julio César e Everton não faziam jus à expectativa que os precedeu, Conca parecia visivelmente irritado nos jogos com a fraqueza e falta de aproximação no meio de campo e Dalton pedia desligamento do clube por causa de depósitos atrasados do FGTS.

O anos promissor, face a tantos problemas, ia se transformando em um ano de pesadelos. Apesar disso o Fluminense, na Copa do Brasil, deixava Confiança e Uberaba pelo caminho. No dia 25 de março o Flu derrotou o Madureira e praticamente garantiu vaga na semi-final da Taça Rio.

Mas foi o clássico contra o Vasco, no dia 29, que deu o tom do que foi o primeiro trimestre tricolor. O Fluminense, com atuação desastrosa, foi derrotado por 3×0.


O começo da era Muricy

No dia 11 de abril o Fluminense dava adeus às suas pretensões de recuperar a hegemonia do Campeonato Estadual. Derrotado de virada pelo Botafogo na semi-final da Taça Rio o Fluminense estava fora da competição. Para salvar o primeiro semestre restava a Copa do Brasil.

Porém Cuca não conseguia mais encontrar uma forma de fazer o time atuar bem. As partidas contra a Portuguesa, apesar da classificação nas oitavas de final, não foram nada motivadoras. Cuca só esteve no comando da equipe na primeira delas. A falta de rumo da equipe levou a diretoria a buscar outro profissional. Para piorar a situação o maestro Conca ainda foi expulso na segunda partida disputada no Maracanã.

Foi essa a situação que herdou Muricy Ramalho, sonho do patrocinador, contratado a peso de ouro para tentar salvar o Fluminense.

O começo de Muricy foi desanimador. Duas derrotas para o Grêmio e nenhum espasmo de resistência tiraram o clube da Copa do Brasil. A estréia no Brasileiro, diante do Ceará no Castelão, também foi marcada por uma derrota.

A primeira vitória não foi nada convincente, conquistada contra o Atlético GO com um magro 1×0 no Maracanã. O atacante Rodriguinho fazia naquele jogo a sua estréia.

Na política o Dr. Mário Bettencourt deixava a gestão do futebol tricolor. Ricardo Tenório, vice de futebol na arrancada de 2009 já saíra do clube no começo do ano. O fim da intervenção branca no clube estava decretado e as especulações em torno de contratações de nomes consagrados para o elenco ganhavam força.

O cenário começou a mudar de fato na terceira rodada na suspeita derrota para o Corinthians. Apesar de muito prejudicado pela arbitragem o Fluminense foi melhor que o adversário durante os 90 minutos, com animadora estréia do lateral Carlinhos. Mas foi na quarta rodada que a esperança tricolor renasceu. Muricy, com pouco tempo de trabalho, encontrou um esquema 4/4/2, com Marquinho jogando de quarto homem de meio de campo, fazendo triangulações com Carlinhos e Conca, que enlouqueciam as defesas adversárias. A vitória sobre o Flamengo além do sabor incontestável de uma vitória em FlaxFlu marcou o início de uma seqüência de vitórias que levaria o Fluminense à terceira colocação no Brasileirão. Ficaram pelo caminho, além do Flamengo, Atlético MG, Vitória e Avaí.


Intervalo para a Copa...


A liderança, o Dia do Fico e a arrancada que não aconteceu

Depois de um mês sem futebol pelo Brasil em função da Copa do Mundo, no dia 15 de julho o Fluminense fazia sua estréia no terceiro trimestre, em partida que poderia marcar sua ascensão à liderança do campeonato pela primeira vez. Porém a equipe conseguiu ceder o empate no final ao fraco Prudente, após dominar toda a partida e desperdiçar várias oportunidades.

A liderança, no entanto, não tardaria. O Fluminense bateu Santos, na Vila, e Cruzeiro, no Maracanã. Em ambos os jogos o Flu não conseguiu ser superior ao adversário, mas foi suficientemente competitivo. A exemplo do que ocorreu na rodada seguinte contra o Botafogo, partida em que o tricolor ficou no empate, que marcou a oitava partida de invencibilidade. Foi também o jogo que deu lugar a estréia de Emerson, que já estreou marcando o seu, e a contusão que tiraria Fred de quase todo o campeonato.

O mês de julho acabou também marcado pelo “Dia do Fico”, episódio em que Ricardo Teixeira, na calada da noite, chamou o treinador Muricy Ramalho para conversa em um clube de golfe. Na ocasião convidou Muricy para assumir o comando da seleção, sem antes fazer qualquer consulta ao Fluminense. Muricy aceitou o convite sob a condição de que o Fluminense o liberasse do compromisso verbal que tinha com o clube. Não tendo o Fluminense aceitado a manobra de Teixeira para desestabilizar o grupo, Muricy, em demonstração de compromisso com a palavra, recusou o convite.

Com a confirmação da longa ausência de Fred o Fluminense agiu rápido e contratou Washington, que já estreou na partida seguinte. O Fluminense emplacou uma nova seqüência de vitórias contra Atlético PR, Grêmio e Internacional, com Emerson e Washington se revezando em fazer gols.

Após uma luta acirrada pela liderança contra o Corinthians, o Fluminense abria quatro pontos para o rival e doze de vantagem sobre o Inter, tido como principal candidato ao título. Tudo indicava que o Fluminense arrancaria para uma conquista fácil, uma vez que os adversários tropeçavam nas próprias pernas e não havia quem se aproximasse dos líderes.

Não foi o que se viu. No jogo seguinte o Fluminense empatou com o Vasco na estréia de Deco, que perdeu um gol incrível que seria o da vitória tricolor. No entanto, na rodada subseqüente, o Fluminense superou o Goiás, em grande atuação de Deco, dentro do Serra Dourada, abrindo cinco pontos de vantagem sobre o Corinthians. Foi a maior vantagem que o Fluminense conseguiu abrir. A gordura acumulada seria fundamental para sustentar o sonho tricolor no duro período que se avizinhava. O mês de agosto fechou com um empate com o São Paulo em que Washington perdeu pênalti e Fernando Henrique a confiança da torcida e de Muricy. O mês de setembro prometia muito desgaste, com uma longa e angustiante seqüência de duas rodadas semanais.

O turno terminou com dois resultados negativos: um empate com o Palmeiras no Maracanã e uma derrota para o Guarani em Campinas. Em seguida o Fluminense venceu o Ceará, perdeu para Atlético GO e Corinthians em sequência, empatou com o Flamengo, voltou a vencer o Atlético MG, triunfou sobre o Vitória e venceu o Avaí em jogo dramático em Volta Redonda que Conca decidiu nos minutos finais

O terceiro trimestre chegava ao final e, apesar de inúmeros desfalques, o numeroso e qualificado elenco tricolor garantia a permanência na liderança do campeonato, mas o Cruzeiro crescia na competição, enquanto o Corinthians, após um longo período sem ajuda das arbitragens, acompanhava o tricolor nos tropeços.
-
-
Depois de trinta e oito rodadas, com vinte clubes se enfrentando em sistema de ida e volta, o time de Muricy Ramalho foi o melhor da competição, somando 20 vitórias, onze empates e sete derrotas. Liderou o campeonato por 23 rodadas, teve a defesa menos vazada, o melhor saldo de gols e o craque da competição: o argentino Darío Conca, o meia que em sua quarta temporada no Brasil desperta para a glória.

Melhor ainda do que tudo isso, o Fluminense mostrou, aliado ao conjunto, um dos melhores jogadores da competição.


O baixinho argentino Conca escreve seu nome na história tricolor ao lado de ídolos como o paraguaio Romerito - autor do gol do último Brasileiro conquistado pelo clube -, além de Rivelino, Assis, Branco, Valdo, Tim e tantas outras feras.


Camisa 11 com pinta de 10, comandou a equipe com o toque de classe dos grandes craques, além da onipresença incomparável - sim, ele atuou em todas as 38 partidas. Fora de campo, os méritos vão todos para o competente técnico Muricy Ramalho. Tricampeão brasileiro pelo São Paulo, ele conquista agora o tetra pelo Fluminense e se aproxima do maior vencedor da competição, Vanderlei Luxemburgo, hoje no Flamengo.





Nervosismo

O roteiro da partida era óbvio: o Guarani retrancado, tentando surpreender no contra-ataque, e o Fluminense na frente, para definir logo a partida e o título. Só que a tensão das duas equipes e o péssimo gramado do Engenhão deixavam a bola mais "viva" do que nunca. O zero a zero do primeiro tempo foi a mais perfeita tradução do pouco futebol apresentado pelas duas equipes.

Logo no início, dois lances mostraram que a tensão estava ali para atrapalhar o Tricolor nas finalizações. Logo aos cinco minutos, Júlio César, no lugar de Deco, rolou para Emerson livre no meio da área, mas a bola escapou do atacante. Pouco depois, em falta cobrada pela direita, Conca mandou de canhota, à la Gérson, na medida para Gum. O zagueiro matou no peito para bater, mas, lento, acabou travado na hora do chute.

Passes errados, pouca velocidade para passar do meio de campo para o ataque... Fred bem que se deslocava, mas a bola não chegava. O time tricolor parecia travado. Muricy bem que gritava, da beira do campo. A primeira vibração da torcida, curiosamente, foi com o gol marcado pelo Goiás no Serra Dourada. O 1 a 0 sobre o Corinthians assegurava o título para o Flu sem precisar vencer o Guarani. Mas o Timão empatou...

A tensão não era só do Flu. Após uma cabeçada torta de Fred, a defesa do Bugre discutiu. Ailson deu bronca em Maycon, que respondeu com uma cabeçada no companheiro de time. O árbitro Carlos Eugenio Simon, que fazia sua despedida dos gramados, deu cartão amarelo para os dois jogadores.

Com Diguinho e Valencia lentos na saída de jogo, Carlinhos preso pela esquerda e Júlio César apagado, as jogadas aéreas pela direita eram a melhor opção. Foi por ali que saiu a primeira jogada que fez o goleiro Emerson, do Guarani, trabalhar bem. Fred cabeceou firme, mas o arqueiro fez a defesa, sem rebote. Em outra jogada de Mariano, o melhor do time na primeira etapa, Emerson tocou de cabeça para Fred disparar, mas o atacante foi travado por uma zaga que, se até ali evitava o gol do adversário, mostrava-se confusa na saída de bola e na colocação em campo. Bicos para o alto e pela lateral eram a saída...

Ao Guarani, restava puxar os contra-ataques pela direita, com um veloz Apodi. Numa delas, Valencia apareceu na hora para isolar para escanteio. Mas a chance que fez cada tricolor no Engenhão roer as unhas foi aos 39. Em cobrança de escanteio de Márcio Careca, a bola sobrou limpa para Reinaldo, que ao matá-la a deixou escapar.


Gol do título

O último lance tricolor, aos 45, quando Conca, àquela altura mais efetivo nas jogadas para servir o ataque, tocou para Emerson bater fraco, mostrou que no vestiário seria necessária uma injeção de Muricy para tirar o time da inércia. Mas logo no início da segunda etapa, Carlinhos deu um tapa em Paulinho, já caído, e só não foi expulso porque Carlos Eugenio Simon não viu.

Quieta na maior parte da primeira etapa, a torcida tricolor percebeu que precisava empurrar o time. Os gritos aumentaram principalmente após o gol do Palmeiras sobre o Cruzeiro, em Sete Lagoas. Outro resultado ótimo. E após o jogo paralisado aos 10 minutos com as câimbras de Júlio César, Muricy chamou Washington, há 14 partidas sem marcar, para aquecer.

A torcida vibrou com a entrada do atacante no lugar de Júlio César. Parecia um script de Nelson Rodrigues. Na primeira boa ida de Carlinhos à linha de fundo aos 16, o centro foi para o Coração Valente. Ele tocou de cabeça para a área, a bola resvalou em Guilherme e caiu à feição de Emerson. De chuteira com a inscrição "Paz no Rio" gravada, o Sheik tocou de canhota por baixo das pernas de Ailson e do goleiro xará: 1 a 0 para o Fluminense, loucura no Engenhão.

Muricy trocou Fred por Fernando Bob. Depois, Emerson, ovacionado, por Rodriguinho. Mancini desarmou o 3-6-1 do Bugre, trocando o lateral Guilherme por Pablo. Tentou dar mais agressividade ao tirar Márcio Careca e botar Geovane. E tentou melhorar o ataque com Douglas no lugar de Reinaldo. Mas quem chegou mais perto do gol foi o Flu. Washington quase pôs fim ao jejum, mas bateu fraco, para defesa de Emerson.

O gol da virada do Cruzeiro no fim devolveu a tensão - menos mal que o Corinthians ficou mesmo no empate com o Goiás. Àquela altura, o Flu era obrigado a sair do Engenhão com a vitória. Fred e Emerson, desesperados no banco, pediam o apito final. A torcida gritava, eufórica. Após o apito final de Simon, a festa tricolor começava, sem data para terminar.


Fluminense vence e solta o grito de Tricampeão Brasileiro após 26 anos


Gol de Sheik Emerson, aos 16 minutos do segundo tempo, sobre o Guarani foi o suficiente para garantir a festa tricolor no Engenhão

Vinte e seis anos, seis meses e oito dias. Esse foi o tempo em que o grito eufórico e emocionado do título brasileiro ficou engasgado na garganta de cada um dos milhões de tricolores espalhados por todo o Brasil. Mas no domingo, 5 de dezembro de 2010, Conca, Mariano, Fred, Washington & Cia., comandados por Muricy Ramalho e sob a estrela do mais novo herói, Emerson, o Sheik, autor do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, decretaram, num Engenhão espremido por mais de 40 mil torcedores, que as cores que agora mandam no futebol brasileiro são o verde, o grená e branco.

A festa do pó de arroz está de volta. A torcida grita, com toda força, que o Fluminense é tricampeão brasileiro, lembrando a Taça de Prata conquistada em 1970. O Tricolor agora soma quatro troféus de expressão no cenário nacional: contando a Taça de Prata de 1970 (Roberto Gomes Pedrosa, considerado o Brasileiro da época), Campeonato Brasileiro de 1984, a Copa do Brasil de 2007 e Campeonato Brasileiro 2010.

A história do "time de guerreiros", como chama sempre a torcida em coro, é digna de uma crônica do saudoso jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, um dos mais tradicionais tricolores. Um ano depois da arrancada espetacular que livrou o clube do rebaixamento, a equipe de Muricy ficou 23 rodadas na liderança. Ninguém esteve mais na frente no Brasileirão 2010. Junto com o Cruzeiro - que bateu o Palmeiras por 2 a 1 -, foi a equipe com mais vitórias (19). A última, neste domingo, começou com passe de cabeça de Washington - que entrou no segundo tempo e estava há 15 partidas sem marcar - para o Sheik Emerson tocar de canhota por baixo das pernas do zagueiro Ailson e do goleiro xará, aos 16 minutos, entrar para a história do clube e fazer o hino de Lamartine Babo tocar sem parar.



Fontes: Globo Esporte / Fluminense Etc


Muricy Ramalho é o melhor técnico pela 5ª vez, retomando sua hegemonia na premiação. Foi eleito o melhor técnico do Brasileirão pela quinta vez em seis edições, tornando-se tetracampeão brasileiro

Mariano foi escolhido o melhor lateral direito do Brasileirão. Foi o primeiro jogador do Fluminense a conquistar o troféu

Leandro Euzébio, mesmo ovacionado pelos torcedores, levou o bronze.

Conca confirmou seu favoritismo e foi eleito o melhor meia do Campeonato. E também eleito pelos internautas o craque da galera.


0 comentários:

Postar um comentário

Use o formulário somente para comentar a postagem.

Saudações Tricolores!!!

ACOMPANHE no R7

Fluminense no R7 Esportes
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Twitter Delicious Facebook Digg Favorites More